sábado, 11 de abril de 2015

Lollapalooza 2015: Saldo



O festival Lollapalooza teve início em 1991 nos Estados Unidos, criado pelo ex-vocalista do Jane’s Addiction, Parry Farrel, como um evento de despedida da banda. O festival, que era itinerante percorrendo boa parte da América do Norte, teve edições até 1997 e um retorno em 2003. Em 2004 houve uma tentativa de ampliar o festival, tentando mantê-lo por dois dias em cada cidade onde o evento passava, mas a fraca bilheteria fez com que a organização cancelasse a tourneé. No ano seguinte Farrel e a Agência Willian Morris, fecham um acordo com a empresa texana Capital Sports Entertainment (hoje C3 Presents), reformulando o festival e mantendo-o fixo no Grant Park, na cidade de Chicago, Illinois. O festival foi um grande sucesso, contando com 70 artistas, cinco palcos diferentes e um público de mais de 65 mil pessoas. Tamanho sucesso permitiu seguidas edições anuais do evento e uma garantia de sua realização até o ano de 2018, na cidade de Chicago.



O festival Lollapalooza, priorizando a cultura alternativa, teve como grande diferencial a mistura de vários gêneros musicais como rock alternativo, indie rock, post-punk e rap, além de levar atrações não musicais como circo, exposição de obras de arte, jogos de realidade virtual e grupos de conscientização política ligados a contra-cultura.
A expansão internacional do Lollapalooza começa em 2010 quando foi anunciada uma edição do evento em Santiago, Chile, ocorrida nos dias 02 e 03 de abril de 2011. Também em 2011 foi anunciada a edição brasileira do evento, realizada nos dias 07 e 08 de abril de 2012, no Jockey Club, em São Paulo. Para 2013 estava programada uma edição do Lollapalooza em Tel Aviv, Israel, mas foi cancelada. Em 2014 teve início o Lollapalooza Argentina, realizado nos dias 01 e 02 de abril, no Hipódromo de San Isidro, em Buenos Aires. Está prevista, para os dias 12 e 13 de setembro de 2015, uma edição europeia, na cidade de Berlim, Alemanha.
A edição brasileira de 2012 contou com nomes estrangeiros e nacionais como Foo Fighters, Jane’s Addiction, Artic Monkeys, Marcelo Nova, O Rappa, Plebe Rude, Racionais MC’s, entre muitos outros.


Dave Grohl, Foo Fighters.

Na segunda edição do evento no Brasil, em 2013, o evento se ampliou para três dias, 29, 30 e 31 de março, em plena Semana Santa. Desta vez se apresentaram Pearl Jam, The Killers, The Black Keys, Queens of Stone Age, Franz Ferdinand, Planet Hemp, Criolo, Vivendo do Ócio e Igor Cavalera (com uma oficina de bateria), entre outros.
Em 2014, o Lollapalooza se transfere para o Autódromo de Interlagos, também em São Paulo. Participaram desta terceira edição, realizada nos dias 05 e 06 de abril, Soundgarden, Nine Inch Nails, Muse, Arcade Fire, Lorde, Café Tacvba, Nação Zumbi, Raimundos, Selvagens à Procura de Lei, Barbatuques, entre muitos outros.
Em 2015, mais uma edição do Lollapalooza, novamente no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, nos dias 28 e 29 de março. Se apresentaram no evento nomes como Jack White, Pharrel Willians, Robert Plant, Smashing Pumpkins, Marcelo D2, Pitty, Banda do Mar, entre outros.
A edição de 2015 contou com espaços e serviços dos mais variados como o Chef Stage (espaço gastronômico com mais de 20 stands e 40 food trucks), o Kidzapalloza (espaço para crianças), o Lolla Lounge (uma área vip com direito a translado de ida e volta do evento), o Lolla Market (espaço que traz serviços, lojas e variedades para o público), o Lolla Transfer (translado de ida e volta para o evento, garantido para a o Lolla Launge, mas que pode também ser adquirido por todo o público do evento) e até uma moeda própria o Lolla Mangos, no valor de R$ 2,50 cada. O festival ainda contou com atendimento médico, montanha russa e até um espaço projetado para tirar selfies.


Pharrel Willians.

Todas essas facilidades não impediram que o público se desagradasse com algumas deficiências apresentadas pelo evento. Os preços abusivos foram alvos das principais críticas, R$ 5,00 em um copo de água, R$ 25,00 em um hambúrguer, levaram o público a se resguardar durante o festival, resultando também nas baixas vendas. A grande distância entre os palcos e problemas técnicos e de som também estiveram entre as críticas. A equipe técnica também se mostrou despreparada em dar informações ao público ou orientar no deslocamento dentro do evento. Também houve muitas reclamações quanto aos furtos ocorridos no evento, onde rapidamente se desaparece no meio do público.
Mas esses são problemas característicos de qualquer evento de grande porte. Com um público grande como um festival deste reúne, não há como não surgirem problemas, especialmente no que diz respeito à alimentação (principalmente água) e organização. Devemos levar em conta ao menos o saldo positivo do festival, que permite a circulação de artistas estrangeiros por aqui, abre espaço para os nacionais e valoriza a integração de diferentes estilos, incluindo o alternativo, que tem pouco ou quase nenhum espaço disponível. Esses fatores fazem ter vista o lado positivo do festival e, consequentemente, a ideia de que deve permanecer, procurando melhorar as deficiências nas edições futuras.

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