O festival
Lollapalooza teve início em 1991 nos Estados Unidos, criado pelo ex-vocalista
do Jane’s Addiction, Parry Farrel, como um evento de despedida da banda. O
festival, que era itinerante percorrendo boa parte da América do Norte, teve
edições até 1997 e um retorno em 2003. Em 2004 houve uma tentativa de ampliar o
festival, tentando mantê-lo por dois dias em cada cidade onde o evento passava,
mas a fraca bilheteria fez com que a organização cancelasse a tourneé. No ano seguinte Farrel e a Agência
Willian Morris, fecham um acordo com a empresa texana Capital Sports
Entertainment (hoje C3 Presents), reformulando o festival e mantendo-o fixo no Grant
Park, na cidade de Chicago, Illinois. O festival foi um grande sucesso,
contando com 70 artistas, cinco palcos diferentes e um público de mais de 65
mil pessoas. Tamanho sucesso permitiu seguidas edições anuais do evento e uma
garantia de sua realização até o ano de 2018, na cidade de Chicago.
O festival
Lollapalooza, priorizando a cultura alternativa, teve como grande diferencial a
mistura de vários gêneros musicais como rock alternativo, indie rock, post-punk
e rap, além de levar atrações não musicais como circo, exposição de obras de
arte, jogos de realidade virtual e grupos de conscientização política ligados a
contra-cultura.
A expansão
internacional do Lollapalooza começa em 2010 quando foi anunciada uma edição do
evento em Santiago, Chile, ocorrida nos dias 02 e 03 de abril de 2011. Também
em 2011 foi anunciada a edição brasileira do evento, realizada nos dias 07 e 08
de abril de 2012, no Jockey Club, em São Paulo. Para 2013 estava programada uma
edição do Lollapalooza em Tel Aviv, Israel, mas foi cancelada. Em 2014 teve
início o Lollapalooza Argentina, realizado nos dias 01 e 02 de abril, no
Hipódromo de San Isidro, em Buenos Aires. Está prevista, para os dias 12 e 13
de setembro de 2015, uma edição europeia, na cidade de Berlim, Alemanha.
A edição
brasileira de 2012 contou com nomes estrangeiros e nacionais como Foo Fighters,
Jane’s Addiction, Artic Monkeys, Marcelo Nova, O Rappa, Plebe Rude, Racionais
MC’s, entre muitos outros.
Dave Grohl,
Foo Fighters.
Na segunda
edição do evento no Brasil, em 2013, o evento se ampliou para três dias, 29, 30
e 31 de março, em plena Semana Santa. Desta vez se apresentaram Pearl Jam, The
Killers, The Black Keys, Queens of Stone Age, Franz Ferdinand, Planet Hemp,
Criolo, Vivendo do Ócio e Igor Cavalera (com uma oficina de bateria), entre
outros.
Em 2014, o
Lollapalooza se transfere para o Autódromo de Interlagos, também em São Paulo.
Participaram desta terceira edição, realizada nos dias 05 e 06 de abril, Soundgarden,
Nine Inch Nails, Muse, Arcade Fire, Lorde, Café Tacvba, Nação Zumbi, Raimundos,
Selvagens à Procura de Lei, Barbatuques, entre muitos outros.
Em 2015,
mais uma edição do Lollapalooza, novamente no Autódromo de Interlagos, em São
Paulo, nos dias 28 e 29 de março. Se apresentaram no evento nomes como Jack
White, Pharrel Willians, Robert Plant, Smashing Pumpkins, Marcelo D2, Pitty,
Banda do Mar, entre outros.
A edição de
2015 contou com espaços e serviços dos mais variados como o Chef Stage (espaço
gastronômico com mais de 20 stands e
40 food trucks), o Kidzapalloza
(espaço para crianças), o Lolla Lounge (uma área vip com direito a translado de
ida e volta do evento), o Lolla Market (espaço que traz serviços, lojas e
variedades para o público), o Lolla Transfer (translado de ida e volta para o
evento, garantido para a o Lolla Launge, mas que pode também ser adquirido por
todo o público do evento) e até uma moeda própria o Lolla Mangos, no valor de
R$ 2,50 cada. O festival ainda contou com atendimento médico, montanha russa e
até um espaço projetado para tirar selfies.
Pharrel
Willians.
Todas essas
facilidades não impediram que o público se desagradasse com algumas deficiências
apresentadas pelo evento. Os preços abusivos foram alvos das principais
críticas, R$ 5,00 em um copo de água, R$ 25,00 em um hambúrguer, levaram o
público a se resguardar durante o festival, resultando também nas baixas vendas.
A grande distância entre os palcos e problemas técnicos e de som também
estiveram entre as críticas. A equipe técnica também se mostrou despreparada em
dar informações ao público ou orientar no deslocamento dentro do evento. Também
houve muitas reclamações quanto aos furtos ocorridos no evento, onde rapidamente
se desaparece no meio do público.
Mas esses
são problemas característicos de qualquer evento de grande porte. Com um
público grande como um festival deste reúne, não há como não surgirem
problemas, especialmente no que diz respeito à alimentação (principalmente
água) e organização. Devemos levar em conta ao menos o saldo positivo do
festival, que permite a circulação de artistas estrangeiros por aqui, abre
espaço para os nacionais e valoriza a integração de diferentes estilos,
incluindo o alternativo, que tem pouco ou quase nenhum espaço disponível. Esses
fatores fazem ter vista o lado positivo do festival e, consequentemente, a
ideia de que deve permanecer, procurando melhorar as deficiências nas edições
futuras.
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