Através de pesquisa
bibliográfica, utilizando-se de fontes diversas, valorizando o conceito de
documento reconhecido pela “revolução documental”, contemplando o mais amplo
material do qual se disponha, sejam: escritos;
gravações de áudio; gravações audiovisuais; ou iconografias, pretende-se aqui
compreender, e aqui se faz objeto, a trajetória da interação entre a música
praticada no Brasil e os instrumentos musicais utilizados para sua execução,
privilegiando aqueles instrumentos que contaram com uma maior aceitação
popular, seja por músicos profissionais, seja por diletantes, envolvendo o
aprendizado regular, ou simplesmente a tendência de um determinado período (zeitgeist).
A
fundamentação teórica que mantém nossa argumentação se encontra na historiografia
musical brasileira que, dentro de uma perspectiva evolutiva da Música Popular
Brasileira, sempre associa um instrumento musical, aos gêneros musicais que se
encontram em voga, é o caso da modinha com a viola, do maxixe com o piano, do
choro e do samba com o pandeiro, do baião com a sanfona, da bossa-nova e da MPB
com o violão e do rock com a guitarra elétrica. Torna-se, deste modo,
indispensável o conhecimento dos instrumentos utilizados para a execução dos
diferentes gêneros, para enfim, compreendermos a própria musicalidade
brasileira e as formas como se desenvolveu ao longo de sua história.
Pretendemos,
portanto, apontar como ocorreu na trajetória musical brasileira, a assimilação
de um instrumento específico para cada gênero musical que se destacou e ganhou
o gosto popular, demonstrando ainda que alguns destes instrumentos chegaram
mesmo a se tornar marcas dos gêneros que acompanham e/ou ainda mais do que
isso, tornaram-se símbolos e representantes de uma identidade nacional
brasileira, em outras palavras, sinônimo de ‘brasilidade’.
Publicado originalmente no X Seminário de Pesquisa do Departamento da Universidade Federal do Ceará (UFC), 2014.
Publicado originalmente no X Seminário de Pesquisa do Departamento da Universidade Federal do Ceará (UFC), 2014.